sábado, 12 de junho de 2010

81.º Aniversário do nascimento de Anne Frank


Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, nasceu em Frankfurt am Main, a 12 de Junho de 1929, e faleceu em Bergen-Belsen, em Março de 1945. Foi uma adolescente alemã de origem judaica, que morreu aos 15 anos num campo de concentração. O seu diário foi publicado pela primeira vez em 1947 e é actualmente um dos livros mais traduzidos em todo o mundo.

Imagem: Anne Frank em selo comemorativo dos Correiros alemães, 1979 | imagem do domínio público | Wikimédia Commons


Foi a segunda filha de Otto Heinrich Frank e de Edith Frank-Holländer, uma família de patriotas alemães que teriam participado da Primeira Guerra Mundial. Tinha uma irmã Margot Frank que nasceu a 16 de fevereiro de 1926 e faleceu pela mesma data de Anne. Ela e a sua família, Edith, Margot e Otto Frank, juntamente com mais quatro pessoas (Peter, Dussel, sr. e sra. Van Daan) viveram 25 meses, no decurso da Segunda Guerra Mundial, num anexo de quartos por cima do escritório do pai dela, em Amsterdão, nos Países Baixos, denominado de Anexo Secreto. Enquanto vivia no Anexo Secreto, Anne escrevia no seu diário (que recebeu de prenda de aniversário), a que ela deu o nome de Kitty. Também houve alguns indícios de que o diário podia ter o nome de "Finho", ou "Assurbanipal". No diário escrevia o que sentia, pensava e fazia. Kitty e, logo depois, Peter eram os seus únicos amigos dentro do Anexo Secreto. Os longos meses de silêncio e o medo aterrorizante acabaram, ao ser denunciada aos nazistas e deportada para campos de concentração nazis.
Primeiro foi levada juntamente com a família para uma escola e depois para Westerbork, nos Países Baixos, antes de serem todos deportados para o leste da Europa. Anne Frank foi deportada inicialmente para Auschwitz, juntamente com os pais, irmã e as outras pessoas com quem se refugiava na casa de Amesterdão (onde hoje existe o museu Casa de Anne Frank). Depois levaram-na para Bergen-Belsen, juntamente com a irmã, separando-a dos pais.
Em 1945, nove meses após a sua deportação, Anne Frank morre de tifo em Bergen-Belsen. A irmã, Margot Frank, tinha falecido também vítima do tifo e da subnutrição dias antes de Anne. A sua morte aconteceu duas semanas antes de o campo ser libertado. O seu diário, guardado durante a guerra por Miep Gies, foi publicado pela primeira vez em 1947. O diário está actualmente traduzido em 68 línguas e é um dos livros mais lidos do mundo.
O local onde a família de Anne Frank e outras quatro pessoas viveram para se esconder dos nazis ficou conhecido como Anexo Secreto e tornou-se um famoso museu após a publicação do diário. Nesse local há uma reprodução das condições em que os moradores do Anexo Secreto viviam e é apresentada a história de seus oito habitantes e das pessoas que os ajudaram a esconder-se durante a guerra. Um dos itens apresentados ao público é o diário escrito por Anne, que viria a tornar-se mundialmente famoso após sua morte, devido à iniciativa de seu pai, Otto, em publicá-lo. Hoje, é um dos mais famosos símbolos do Holocausto. Dos oito habitantes do Anexo, o único sobrevivente após a guerra foi Otto, pai de Anne.
Em 3 de abril de 1946, o mundo conheceu a tragédia de Anne Frank, que se tornou num dos símbolos do holocausto por um artigo intitulado Kinderstem ("A voz de uma criança") publicado no jornal holandês Het Parool que contava trechos do diário da menina que havia sido morta em campo de concentração.
O verdadeiro nome de Anne era Annelies Marie, mas todos na sua família a chamavam carinhosamente de "Anne". Ela era a segunda filha do casal Otto e Edith Frank. Sua irmã, Margot, era quatro anos mais velha.O pai era um homem de negócios e um oficial condecorado que lutou no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1934, quando o nazismo fez aumentar as perseguições aos judeus na Alemanha, a família mudou-se para Amsterdão, na Holanda. As filhas do casal foram matriculadas em escolas locais, onde se saíram muito bem nos estudos: Margot demonstrava maior aptidão para matemática, enquanto Anne demonstrava maior interesse em leitura e redação.
Em 1938, Otto Frank e um sócio, Hermann van Pels, fundaram uma empresa nova. O sócio também era um judeu que havia fugido com a família para a Holanda. Em 1939, a avó materna de Anne Frank veio morar com a família e permaneceu com eles até sua morte em janeiro de 1942.

O esconderijo
No mês de julho de 1942, a família Frank recebeu a notícia de que seria obrigada a mudar-se para um campo de trabalhos forçados. Para fugir desse destino, a família transferiu-se para um esconderijo no prédio atrás referido, onde funcionava o escritório do pai.
Para deixar a impressão de que haviam fugido apressadamente, Anne e seus familiares deixaram o apartamento todo desarrumado. Além disso, o pai deixou um bilhete; tratava-se de uma pista falsa com o intuito de levar os nazis a acreditarem que a família estava tentando viajar para a Suíça.
O prédio comercial onde Anne e sua família se esconderam tinha dois andares, com escritórios, um moinho e depósitos de grãos. O esconderijo consistia em alguns compartimentos num anexo que ficava nos fundos do prédio. Para disfarçar o esconderijo, uma estante de livros foi colocada na frente da porta que dava para o anexo.
Na montagem do esconderijo, Otto Frank contou com a ajuda dos quatro funcionários em quem mais confiava: Victor Kugler, Johannes Kleiman, Miep Gies e Bep Voskuijl. Eles, juntamente com o pai de Johannes e o marido de Miep, eram os únicos que sabiam da existência do esconderijo.

Vida clandestina
Essas pessoas mantinham os Frank informados com notícias da guerra e da perseguição dos nazis aos judeus. Também os ajudavam trazendo comida que compravam no "mercado negro", tarefa que foi se tornando cada vez mais difícil e arriscada com o tempo. Os cidadãos não-judeus que ajudavam judeus a esconderem-se corriam o risco de ser executados imediatamente pelos nazis caso fossem descobertos.
No final de julho daquele ano, outros judeus buscaram abrigo no mesmo esconderijo: a família van Pels, que era composta por Hermann, o sócio de Otto Frank, sua esposa, Auguste, e o filho Peter, um jovem de dezesseis anos.
No começo, Anne não se interessou pelo tímido Peter por achá-lo desajeitado demais, mas depois mudou de opinião e ambos iniciaram um romance. Em Novembro, um amigo judeu da família de Anne também passou a morar no esconderijo: o dentista Fritz Pfeffer. Como seria de esperar, com tantas pessoas vivendo juntas e em condições precárias, os problemas de convivência começaram a surgir. Para piorar, tornava-se cada vez mais difícil conseguir comida.
Anne passava a maior parte do tempo escrevendo o seu diário ou estudando. Todos os dias, logo após o almoço, ela fazia exercícios de matemática, línguas, história e outras matérias.
Na manhã de 4 de agosto de 1944, a polícia nazi invadiu o esconderijo, cuja localização foi descoberta por um informante que nunca chegou a ser identificado. Todos os refugiados foram colocados em camiões e levados para interrogatório. Victor Kugler e Johannes Kleiman também foram presos, ao contrário de Miep Gies e Bep Voskuijl, que foram libertados.
Esses últimos voltaram ao esconderijo onde encontraram os papéis de Anne espalhados no chão e diversos álbuns com fotografias da família. Eles reuniram esse material e guardaram-no, na esperança de o devolver à Anne depois que a guerra terminasse.

Auschwitz
Anne Frank e sua família foram mandadas para o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia. Mais do que um campo de concentração, era também um campo de extermínio. Idosos, crianças pequenas e todos aqueles que fossem considerados inaptos para o trabalho eram separados dos demais para serem exterminados de imediato.
Dos 1019 prisioneiros transportados no comboio que trouxe Anne Frank, 549 (incluindo crianças) foram separados dos restantes para serem mortos nas câmaras de gás. Mulheres e homens eram separados. Assim, Otto Frank perdeu contacto com a esposa e as filhas.
Juntamente com as outras prisioneiras selecionadas para o trabalho forçado, Anne foi obrigada a ficar nua para ser "desinfetada", teve a cabeça rapada e um número de identificação tatuado no braço. Durante o dia, as prisioneiras eram obrigadas a trabalhar. À noite elas eram reunidas em barracas geladas e apertadas. As péssimas condições de higiene propiciavam o aparecimento de doenças. Anne teve a sua pele vitimada pela sarna.
No dia 28 de Outubro, Anne, Margot e a senhora van Pels foram transferidas para um outro campo, localizado em Bergen-Belsen, na Alemanha. A mãe, Edith, foi deixada para trás, permanecendo em Auschwitiz. Em Março de 1945, uma epidemia de tifo espalhou-se pelo campo de Bergen-Belsen.
Estima-se que cerca de 17 mil pessoas morreram por causa da doença. Entre as vítimas estavam Margot e Anne, que morreu com apenas 15 anos de idade, poucos dias depois de a sua irmã ter morrido. Os seus corpos foram atirados para uma pilha de cadáveres e cremados.

O sobrevivente
Otto Frank foi o único membro da família que sobreviveu e voltou para a Holanda. Ao ser libertado, soube que a esposa havia morrido e que as filhas haviam sido transferidas para Bergen-Belsen. Ele ainda tinha esperança de reencontrar as filhas vivas.
Em julho de 1945, a Cruz Vermelha confirmou as mortes de Anne e Margot. Foi então que Miep Gies entregou a Otto Frank o diário que Anne havia escrito. Otto mostrou o diário à historiadora Annie Romein-Verschoor, que tentou sem sucesso publicá-lo. Ela o mostrou ao marido, o jornalista Jan Romein, que escreveu um texto sobre o diário de Anne.
O diário foi finalmente publicado pela primeira vez em 1947.
A obra teve tal sucesso, que os editores lançaram uma segunda edição em 1950. O "Diário de Anne Frank" foi traduzido para diversas línguas, com mais de 30 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. O livro que começou como um simples diário de adolescente transformou-se num comovente testemunho do terror nazi.

Fonte: Wikipédia.org (texto adaptado) – Categorias: Anne Frank


O CLUBE DE HISTÓRIA RECOMENDA:

Principalmente aos mais novos, a leitura do livro Anne Frank, editado por Terramar, Lisboa, 1ª edição de 2005, com texto de Josephine Poole e ilustrações de Angela Barrett.

1 comentário:

  1. Das Buch regt zum Nachdenken an, und man macht sich Gedanken über den Holocaust und über die damalige Situation als Flüchtling.

    O livro leva-nos a pensar duas vezes, sobre o holocausto e sobre a situação dos refugiados. (Este livro é, conhecido pela maioria das crianças Alemãs).

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